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segunda-feira, 26 de maio de 2014

FALAR PARA FAZER SILÊNCIO.


Tudo que não conseguimos falar vira eco e não há paz enquanto silêncios retumbantes latejam dentro de nós.
A paz é impronunciável, inaudível, intraduzível. Sente-se paz. Só isso. Quando palavras são necessárias, a paz vira tratado, acordo, confissão.

A palavra não dita só é ouro se não for palavra, mas silêncio e quietude. O resto, todas as palavras, precisam ser pronunciadas para que dentro de nós não cresçam ervas daninhas, tumores, temores, fossos. A palavra abafada sufoca. A palavra amordaçada arranha e fere. A dor silenciada é devastadora como um terremoto a rasgar fendas na alma e fazer desabar certezas.
De todos os males que podemos nos causar, um dos maiores é engolir palavras. Por isso, expresse-se! Fale, explicite, faça-se ouvir. Traduza-se. Não tenha medo das palavras que lhe pertencem. Clame por justiça, reclame carinho, conte seus sonhos. Elabore memórias, conte histórias, verbalize ressentimentos. Pronuncie-se contra, a favor, muito pelo contrário. Vote. Não engula sapos, desaforos, não aborte palavras que vêm das entranhas. Solte-as no mundo, na cara da vida, devolva-as. Manifeste desejos, desagrados, desagrave-se. Cante, chore alto, lamente-se, fale com Deus. Não tenha pudores nem meias palavras: sinta inteiro, lave a alma, letra por letra, fale-se.

Fale de amor, afeto, carinho. Amor explicitado é linguagem universal. Transforme palavras em gestos, abraços, presentes, romance. Fale de idéias e ideais. Transforme palavras em ações, soluções, revoluções. Fale de valores e sabedoria. Transforme palavras em exemplo e atitude. 

Que você possa falar “Eu te amo”, “Eu entendo,” “Eu perdoo”, “Eu não aceito”, “ “Eu não quero”, “Dane-se”, “Eu espero”, “Eu consegui”, “Sai daqui”, “Eu errei”, “Eu vou recomeçar”, “Me perdoe”, “Fica comigo” e tantas outras palavras, com propriedade e clareza, para que elas sejam libertadoras. Para que elas operem milagres, encontros, desabafos, trégua mas, sobretudo, silêncio, aquele que vale ouro, aquele que vem depois que as palavras descansam bem-ditas, saciadas, em paz.


(Hilda Lucas)





segunda-feira, 19 de maio de 2014

TROVAS DO ALÉM (PARA REFLEXÃO).



                                          Muito mais do que a topada
                                          De pé no calhau graúdo,
                                          Dói mais encontrar à frente
                                          Um semblante carrancudo.
                                          (João Moreira da Silva)




                                           Fraquezas de irmãos caídos...
                                           Não te dês a criticar.
                                           Recorda: um de seus pés
                                           Um dia pode falhar.
                                           (Chiquito de Moraes)




                                           Às vezes quem te consola
                                           E te distrai a contento
                                           Traz o peito estrangulado
                                           A fogo de sofrimento.
                                           (José Bartolotta)




                                            Podes crer. Felicidade
                                            Tem um lar em que se asila.
                                            Reside na casa oculta
                                            Da consciência tranquila.
                                            (Mário Linhares)







terça-feira, 13 de maio de 2014

DELICADEZA.







Acredito na eloquência dos pequenos gestos, nas palavras bem ditas, no toque, no olhar que pousa sobre o nosso olhar como quem diz "estou te vendo". 

Acredito em presentes e mimos fora de hora, em flores inesperadas, em cartões escritos com zelo e alegria, em perguntas atenciosas, em conversas olho no olho.

Acredito em amabilidades, em cortesias, em gentilezas. Todo mundo acredita, eu sei, mas nem por isso trocamos mais gentilezas. É como se as pequenas atenções pertencessem a uma categoria menor de preocupações, como se elas fossem o último item da nossa agenda, como se para elas precisássemos de um tempo diferente ou de uma sobra no nosso tempo. 

É como se pensássemos: se der tempo, eu vou ligar, eu vou fazer. No entanto, é ao contrário: é preciso cuidar para ter esse tempo de gentilezas. 

Ser delicado é o exercício de incluir o outro no nosso raio de ação, é a possibilidade cotidiana de externar o nosso afeto.  Ser gentil é um estar na vida desarmado, atento, aberto. Está na qualidade do "bom dia", no comportamento no trânsito, no timbre da voz ao atender ao telefone, na disponibilidade para ouvir, acolher, trocar. 

Não se trata de ser alegrinho, bonzinho, fofo... Trata-se de ser amável, de buscar o amável no outro, de imprimir cortesia, encantamento e prazer ao dia a dia. É um treino, uma escolha, uma atitude que se imprime e da qual se impregna porque gentilezas são na verdade transbordamentos da nossa alma.  Somos nós os principais beneficiários da nossa amabilidade. 

Nossa gentileza é tão somente a nossa própria experiência interior de cuidar bem de nós mesmos, de em sendo amorosos e afáveis conosco, podermos ser com os que nos cercam.



(Hilda Lucas).




quinta-feira, 8 de maio de 2014

UM PASSEIO PELO PARQUE DE INHOTIM.



Olá amigos,

Durante meu período de ausência do blog, estive viajando com minha irmã para levar uma amiga visitante, oriunda de São Paulo, para conhecer algumas localidades. Entre elas, a primeira do roteiro foi Inhotim. Aliás, nossa amiga Cléo já veio para Belo Horizonte determinada a visitar o famoso parque de Inhotim. Foi um passeio maravilhoso. Incrível que morando apenas a 60 km de lá, até então não havíamos visitado tal região. 
Obrigada, Cléo, pela oportunidade!
Situado em Brumadinho (MG), Inhotim é a sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina. Não há como não deslumbrar-se com a beleza local. As artes expostas nas galerias não podem ser fotografadas. Assim , limitamos a fotografar a beleza externa do Instituto, que proporciona belos momentos de contemplação. 

Deixo aqui alguns registros do passeio, lembrando que não sou fotógrafa. As fotos foram tiradas sem nenhuma compromisso com a qualidade.



                                         "Contemplar o belo é fazer das pequenas coisas
                                          um espetáculo aos nossos olhos".    
                                            (Rodrigo Milla)
                                     

                                               
                                      "Um segundo de contemplação da natureza derramará
                                        paz sobre o seu dia inteiro".





                                       "A beleza existe porque é contemplada.
                                         Que beleza teria a flor sem o olhar que a admira?"
                                          (Catarina Poeta).





                                              
                                                  "A contemplação são os olhos da alma."
                                                       (Bossuet, Jacques)
       











                                                                                                            (Obras de Edgard de Souza)

                                                               (Homem tartaruga)






Gostaram? Há muito para se ver em Inhotim. As fotos são apenas uma pequena amostra daquele paraíso.




Agradeço a todos que estiveram presentes na minha postagem anterior e deixaram seus comentários, mesmo sabendo que eu me encontrava em off.






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