(Vladimir Volegov)
Nunca conseguirás agradar a todos, mas podes sempre agradar-te a ti.
Querer agradar a toda a gente é o primeiro passo para o desrespeito e o caminho mais rápido para a perdição.
É, aliás, tão perigoso e letal que chega a ofuscar toda a luz que nos alimenta e dizimar todo e qualquer sentido de vida com o qual tenhamos nascido. Quem escolhe essa via nunca passará de um pássaro de asas partidas, frágil e desesperado, que a qualquer momento pode ser pisado, caçado, esmagado ou morto por qualquer um. E o que não falta aí é gente que precisa cilindrar, torturar e macerar alguém para sentir algum bem-estar na sua vida.
Não te podes permitir isso.
Não podes querer ser o par de sapatos de toda a gente.
Tens de ser as tuas pernas, o teu próprio coração e a orientação da tua cabeça.
De que te adianta agradar a todos se isso pode ser desagradável para ti?
As pessoas só vão gostar todas de ti depois de morreres ou se escolheres ficar calado para sempre, o que, e na minha opinião, é apenas outra forma de estar morto, portanto desapega-te dessa ideia utópica e perigosa de agradar a todos e começa tu a gostar de ti.
Experimenta livrar-te dessa pressão. Experimenta ser quem és.
No dia em que isso acontecer, perceberás finalmente que é quando te obedeces e agradas que tudo faz sentido, que voltas a respirar, que os teus sonhos fluem e que o teu exemplo passa a ser um canal de luz para todos aqueles que te rodeiam, ainda que o respeito por ti mesmo lhes desagrade ou os possa incomodar.
Ninguém é indiferente a uma pessoa que se respeita acima de tudo e de todas as coisas. Todos querem ser como ela, uns assumem-no outros não, mas todos querem.
Todos queremos ser felizes.
E a felicidade é algo que apenas se encontra dentro de nós, nunca na satisfação dos outros. Se assim fosse, também a tristeza deles era a nossa, a raiva que carregam carregávamo-la nós e por aí adiante.
Tu não és o outro. Tu és tu. Esta é a tua vida, como tal, agrada-te a ti, respeita-te e muda o que não está bem contigo. Só assim terás mais energia e amor do puro para dar a todos aqueles que te rodeiam.
(Gustavo Santos, in ‘Ama-te’)