(Mandy-Tsung)
A beleza do silêncio, a força que se encerra nele quando vivemos numa sociedade tão barulhenta, tão violentamente ruidosa, é considerável!
Para sermos reconhecidos como pessoas inteligentes, que valem alguma coisa, muitas vezes falamos, discutimos, declaramos o que sabemos sobre os mais variados assuntos e, neste falatório sem fim, nos percebemos sustentando opiniões até antagônicas à nossa verdadeira forma de ser, apenas para que inteligentemente possamos ganhar uma discussão... com o prejuízo, muitas vezes, de uma amizade, que naquele momento se desfaz, ou fica abalada, o que não aconteceria se pudéssemos nos conservar em silêncio.
Silenciar também é uma forma de resposta. Quando seríamos agressivos demais falando, o silêncio nos poupa de dissabores futuros. Sorrindo, no silêncio, podemos acalentar, talvez, muito mais alguém, do que discorrendo todas as nossas teorias sobre qualquer assunto.
E o silêncio está em falta! Em torno de nós, nas nossas vidas, nas nossas mentes que teimam em estar sempre buliçosamente indo e vindo sobre o mesmo assunto, tirando-nos a paz que merecemos para sermos felizes.
A gente fala tanto e muitas vezes não diz nada, ou diz muito pouco...
E o silêncio sobre o que soubemos de outras pessoas, geralmente coisas desabonadoras? Será que é fácil para nós mantermos o silêncio sobre os erros e defeitos dos outros?
Silêncio... Uma pausa mais do que necessária para que possamos manter a nossa paz interior, mesmo quando o ruído em torno é constante. Silêncio como pano de fundo para palavras realmente significativas e necessárias. Silêncio como pausa entre momentos de nossas vidas. Descanso e fortalecimento de nossos ideais e crenças. Ponte para o encontro de nós mesmos, no que somos em essência. O silêncio nos permite ser, com mais verdade!
(Maria Cristina Tanajura)