A TORTURA PSICOLÓGICA DA DITADURA DA BELEZA.

"A ditadura da beleza tem furtado a mais vibrante das paixões, a paixão pela vida. Muitas mulheres, em vez de se aventurarem, construírem seus sonhos, arriscarem novas amizades e ocuparem espaços sociais, gravitam na órbita da anatomia do seu corpo. Ficam diante do espelho, não valorizando o seu patrimônio genético, mas exaltando os seus defeitos. Todavia, o massacre não acaba quando a imagem não se reflete mais no espelho; ele se perpetua ao longo do seu dia, da sua história, influenciando relacionamentos, a autoestima e até o desempenho profissional."  (Augusto Cury)

                                                                     

Quantas vezes você já se olhou no espelho e desejou que o seu nariz fosse um pouco menor, que seus seios fossem mais volumosos, suas coxas, mais grossas, e sua barriga, mais durinha? Provavelmente você acredita que, se esses desejos se tornassem realidade, seria mais feliz. No entanto, o que impede a sua felicidade não são esses "defeitos" que você enxerga em seu corpo, e sim a maneira como se sente em relação a eles.

O cruel padrão de beleza imposto pela sociedade tem envenenado a alma das mulheres, tornando-as demasiadamente críticas em relação à aparência. Como é impossível corresponder a esse modelo, elas se tornam vítimas de distúrbios alimentares e psíquicos na busca de um corpo perfeito, ou se transformam em pessoas inseguras e insatisfeitas, como se a felicidade dependesse do número do  manequim.

Por nos fixarmos tanto na imagem externa, esquecemos de dar valor à nossa essência, aos nossos talentos, às coisas que nos tornam únicas e especiais.

A vaidade não é condenável. Ter vaidade faz parte de uma vida saudável, mas tudo dentro do bom senso. Tirano da beleza é aquele que esmaga seu interior pelo falso exterior. A maior beleza se encontra dentro do próprio ser. De nada adianta ter um corpo perfeito se a mente estiver ofuscada, os pensamentos alienados e o olhar sem brilho.

Que os escravos  da beleza libertem-se por si próprios,  buscando o autoconhecimento como um instrumento capaz de lhes trazer mais harmonia e felicidade.

(Augusto Cury/Camila Cury/www.aeradoespirito.net).
Imagens:  Anna Razumovskaya art.