Expectativas são esperanças que colocamos em outras pessoas ou outras coisas e que podem guiar nossa maneira de viver.
As pessoas mais sensíveis estão mais sujeitas ao sofrimento porque vivem da esperança, mesmo íntima, que os outros vão reagir como elas esperam.
E elas esperam quase sempre. Amam, doam-se verdadeira e inteiramente e quando o retorno não vem, sentem-se feridas, pequenas, magoadas e até mesmo mal-amadas.
Não aprendemos ainda a "receber" o outro tal qual ele se oferece. Todas a outras pessoas que nos cercam não são pedaços de nós espalhados, mas, sim, seres independentes, com personalidade diferente, maneira de amar e se entregar que pode não condizer com o que nós somos. Mas amar diferente não é amar menos, é só amar diferente.
Amar sem esperar retorno é amar incondicionalmente. Difícil, difícil... Cobramos sempre dos nossos pais, da família, dos amigos, daqueles que fazem parte o nosso dia a dia. Mesmo se essa cobrança é implícita, ela existe. E somos conscientes, senão isso não causaria sofrimento.
É verdade que é cansativo dar-se a cada instante e se contentar sem esperas. Geralmente quem dá, dá o que gostaria de receber. Quem visita, convida, telefona, diz coisas gradáveis vive em constante expectativa de receber o mesmo.
É como dar um presente e ficar esperando pra ver se o outro gostou. No fundo, queremos que gostem, que digam algo agradável, que fiquem felizes para que nos sintamos recompensados pelo ato.
Amar, porque é natural, é sublime e divino. Amar com desprendimento, simplesmente porque o outo traz ternura ao nosso coração, é algo que precisamos exercitar.
Se lavamos nossa alma das expectativas do sentimento dos outros, aprenderemos a amar como Cristo nos ensinou. Aprenderemos a ser felizes não porque os outros nos correspondem, mas simplesmente pelo fato de existirem e trazerem ao nosso coração esses raios de luz que nos iluminam e tornam nossa vida mais encantada.
(Letícia Thomson)