A gente tem uma tendência a olhar o lado ruim da nossa própria vida. Vemos o metrô lotado, o chefe chato e o amor acabado, mas não vemos o transporte, o salário e o amor vivido.
Que seja então meio piegas falar sobre o lado bom das coisas, mas é tão básico quanto raro.
“Ah, é que eu não sei lidar com elogios”, mas não tem que saber LIDAR, tem que aceitar. Reconhecer e agradecer. Tem que torná-lo benéfico para sua autoestima.
Faz sentido? É tão lógico!
Um elogio sincero é revigorante e nos leva para o mundo que nem sempre estamos: aquele mundo onde as coisas dão certo.
E nessas da gente não aceitar elogios acabamos eliminando a possibilidade com que apareçam novamente. Uma vez negado, meio que automaticamente, não vamos receber de novo – e pior, podemos até não elogiar mais ninguém.
Não se trata, obviamente, do elogio com segunda intenção, cheio de malícia, mas sim, do elogio por origem: o ato de simplesmente destacar algo positivo em alguém em determinado momento.
Não é preciso ter faculdade para saber que se o elogio fizesse mais parte das nossas vidas, todos nós seríamos felizes.
Se elogiássemos mais nossos colegas de trabalho, o ambiente seria melhor.
Se elogiássemos mais nossa família, a união seria maior.
Se elogiássemos mais nossos amigos, a amizade seria mais forte.
Se elogiássemos mais o nosso parceiro de amor, o amor seria invencível.
Isso significa, portanto, que você precisa aceitar mais os elogios – e praticá-los também. Precisa aceitar mais quando querem destacar algo em você, por menor o destaque que você pensa existir. E precisa saber enxergar algum destaque em alguém.
É uma mecânica simples: olhe mais com o coração para as pessoas ao seu redor, se algo te chamar a atenção de um jeito bom, faça ela saber disso. Talvez ela nunca ouvirá de alguém na vida. E, do contrário, se alguém te falar que gostou de alguma coisa em você hoje, aceite, profundamente, aceite e seja grato.
O elogio é um beijo carinhoso em forma de palavra em um pedaço bom que a gente tem. E como todo mundo sabe: cada beijo é diferente, mas todos são bons.
Vamos, então, beijar mais com palavras os pedaços das pessoas?
(Márcio Rodrigues).