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domingo, 11 de novembro de 2018

A FORÇA DO ÓDIO.



Você está preso a tudo aquilo que odeia, pois o ódio escraviza, ao passo que o amor liberta.

O ódio faz parte de tudo aquilo que existe na sua sombra, no terreno do inconsciente, criando doenças, angústias e desequilíbrios. Você pode desconhecer de onde vem o ódio, mas não pode negar que, se ele brota no seu interior, seguramente, existe uma fonte, portanto, o mais razoável é observar-se, buscando essa fonte, perceber quais são os seus pontos fracos, investigar as raízes emocionais de suas reações e isso só é possível através do autoconhecimento. 

É bem verdade que a grande maioria prefere procurar culpados fora, se vitimizando, reclamando, reagindo, etc., por isso existe a dor, por isso o sofrimento impera e perpetua-se. O outro é apenas uma informação. Quem qualifica essa informação de forma negativa, positiva ou neutra é você. Você é quem dá significado à experiência e enquanto houver qualquer traço de fragilidade em suas reações, o Universo irá provocá-lo.

Aquilo que você odeia, pode não ser odiado por outra pessoa, aquilo que o irrita pode não irritar o outro, isso é simples de entender. Aquilo que existe dentro de você é seu, faz parte de um material psíquico à espera de ressignificação, pois tudo aquilo que você viveu e  imantou de carga afetiva, com excesso de importância, está vivo aqui e agora, com todos os combustíveis emocionais possíveis para serem despejados através das suas reações. Aquele que você trata como inimigo ou adversário, na verdade, é antes um cesto de lixo das suas emoções.

O Universo, entendendo a necessidade de renovação da alma humana, cria as condições para que esses conteúdos se manifestem e sejam enfrentados, portanto, você irá conviver com inimigos, viver rotinas desconfortáveis e enfrentar situações que ofereçam ressonância com todo o substrato energético de ódio e revolta que está engavetado em seu inconsciente. Não poderia ser de outra forma. Você está preso ao corpo, em sucessivas idas e vindas, justamente para esgotar esse carma. 

Convivemos muito mais com aquilo que detestamos do que com aquilo que amamos, pois existem demandas internas que precisam ser atendidas. Não a toa, o Mestre Nazareno dizia que os inimigos do homem serão aqueles de sua própria casa.

O ódio se mascara de muitas formas. A culpa, o remorso, a indignação, o preconceito, a discriminação, enfim, toda a nossa personalidade foi estruturada com a argila dessa energia.

Aquele que sente culpa ou remorso, indubitavelmente está com ódio de si mesmo. Aquele que se coloca em guerra contra o mundo, o faz movido pelo mesmo sentimento.

O orgulho, a arrogância, a inveja, enfim, quase todos os vícios mentais da humanidade são confeccionados com a matéria prima do ódio. Diferente da raiva, que é uma reação natural, presente em todos os seres vivos, o ódio não é natural, ele é conceitual, faz parte de um programa de crenças, ou seja, está na estrutura do nosso caráter.

Aqueles que acreditam na violência acabam sendo violentados. Aqueles que pregam o ódio, são doentes e vivem no inferno de suas próprias mazelas psíquicas.

Muitos se dizem cristãos, mas espalham um discurso de ódio, esquecendo que Jesus foi enfático ao recomendar: “Amai-vos uns aos outros”.

(Paulo Tavarez)


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