Um dia aprendemos a abraçar a ilusão de que somos indispensáveis. É essa ilusão que nos escraviza à necessidade de viver em constante vigilância como se
fosse muito perigoso deixarmos que tudo e todos seguissem e prosseguissem sem nosso excessivo cuidado, que geralmente é cansativo e estressante para os
dois lados.
Aceitemos ou não, tudo está em permanente movimento,e isso sempre envolve mudanças. A razão maior de alguns sofrimentos é a resistência em aceitar que tudo pode mudar sem que se consiga controlar o processo.
Nenhuma guerra teria acontecido neste mundo se não houvesse tanta gente resistente a mudanças.
O que é uma guerra senão o desejo das partes envolvidas de ver a sua vontade dominando?
E assim é conosco também. Vivemos pequenas, médias e grandes "guerras" diariamente
só pela vontade de dominar e de alterar as escolhas e rotas alheias.
A paz só pode estar presente no coração de quem visa apenas o controle sobre si mesmo. Como se pode encontrar descanso, dormindo com um ôlho aberto e o outro fechado? O cansaço se acumula, e o que não podemos segurar escapa cada vez mais pelos vãos dos nossos dedos.
Se seguíssemos a ordem "Viva e deixe viver"teríamos mais longevidade e menos doenças, além de outros transtornos terríveis e sufocantes.
O fato é que não somos - nem podemos ser! - onipotentes, oniscientes e onipresentes. É imprescindível para o nosso próprio bem que reconheçamos que só Deus pode sê-lo.
Já que não podemos ser "deuses", escolhamos ser gratos por ser mais uma obra de Deus, obra esta que veio ao mundo para ser aprimorada e, acima de tudo, LIVRE!
A liberdade só é experimentada quando libertamos o que não temos capacidade para segurar.
Se o seu coração e mente lhe parecem gaiolas fechadas, abra as portas e deixe que voem os "pássaros" presos.
Aproveite essa atitude para voar livremente também. Ninguém o seguirá no momento derradeiro e vice-versa. Essa verdade é indiscutível e imutável como todas as Leis do Céu.
Liberte para libertar-SE.
(Silvia Schmidt)