“Mas para fazer um samba com beleza,
É preciso um bocado de tristeza.”
(Vinícius de Moraes)
Diante das circunstâncias da vida há um algo maior que chega vez ou outra e nos arrasta como as correntezas de um caudaloso rio, é a tristeza.
Sorrateira, ela chega na forma da noite que cai, de um final de tarde de domingo, da velhice que chega ou da dor da perda irreparável de alguém que amamos, seja para os braços da morte ou para os de outra pessoa.
Faminta, algumas vezes ela chega mordendo, nos devora e dói, como dói, mesmo sabendo que levará tempo para ela se transformar em saudade e encontrar um canto de silêncio dentro de nós.
Noutras vezes, ela chega lentamente, sem que percebamos num primeiro momento, como uma névoa que escurece nossas perspectivas e, lentamente, torna-se profunda e aguda, causando um buraco na alma.
É uma emoção que desbota alguns de nossos sonhos, traz lentidão aos passos, chegando mesmo a paralisar algumas ações. O mundo perde a cor, o sabor...
É uma emoção que desbota alguns de nossos sonhos, traz lentidão aos passos, chegando mesmo a paralisar algumas ações. O mundo perde a cor, o sabor...
E quando ela alcança a dimensão da melancolia, o que antes começou como uma espécie de luz fraca contra a imensidão das sombras mentais transforma-se no demônio do meio dia.
A tristeza é um pedaço do que nos falta, do que ficou pelo caminho ou foi de nós arrancado e cuja memória teima deixar a ferida exposta.
Isso nos ensina que a tristeza é parte da vida. "É preciso ser de vez em quando infeliz para se poder ser natural..." nos lembra Pessoa. E não adianta pressa diante da tristeza; é preciso viver o luto amoroso, deixar a ferida sangrar antes de cicatrizar para que finalmente o coração se torne mais resistente a inevitáveis temporais de tristeza. Importante mesmo é saber que após as grandes tempestades sempre vem um lindo e sedutor arco-íris.
Afinal, somos humanos, "demasiadamente humanos", como dizia Nietzsche.
(Moacir Willmondes).
(Aos amigos que passam por aqui e deixam rastro de sua passagem, seja pelo google + ou através de publicações mais antigas, que continuam abertas, esclareço que estarei ausente por alguns dias, por motivo de viagem de férias).
Afinal, somos humanos, "demasiadamente humanos", como dizia Nietzsche.
(Moacir Willmondes).
(Aos amigos que passam por aqui e deixam rastro de sua passagem, seja pelo google + ou através de publicações mais antigas, que continuam abertas, esclareço que estarei ausente por alguns dias, por motivo de viagem de férias).