LEITURAS.

                                                                 (Gerhartz)

                            UMA  PILHA  DE  PEDRAS  DEIXA DE SER UMA PILHA DE PEDRAS
                            NO  MOMENTO EM QUE UM HOMEM A CONTEMPLA,  TRAZENDO
                            DENTRO DE SI A IMAGEM DE UMA CATEDRAL.
                            (Saint Exupèry).

Ler é um dos hábitos mais saudáveis e necessários à ampliação  de

nossos horizontes pessoais. Lendo descobrimos coisas, navegamos

mares  desconhecidos,  escalamos altas montanhas,  ultrapassamos limites, viajamos para dentro de nós mesmos,  alimentando a  alma

 com conhecimentos essenciais ao progresso.

Há  leituras agradáveis  e prazerosas e outras entediantes;  leituras

que edificam e estimulam e aquelas que desequilibram.

Lemos não apenas quando descodificamos um conjunto de  sinais,

descobrindo para eles um sentido.  As  impressões  que temos  dos

fatos e das pessoas são também leituras feitas de forma correta ou

precipitada.

Quando é precipitada acabamos por ver,  ouvir  e  entender o  que projetamos  e  não o que de fato está ocorrendo.  Nesses  instantes

julgamos alguém com severidade, rotulamos, imaginamos coisas e

deturpamos a ordem dos acontecimentos.

Quando é equilibrada não ignoramos o que está errado, apenas nos

colocamos no  lugar  de  quem  estamos  julgando,  refletindo  se  o

 nosso comportamento não seria o mesmo, caso fossem idênticas as

circunstâncias.

Assim  como não conhecemos um livro lendo apenas uma de  suas

páginas,  não  podemos  conhecer  um  ser  humano por um  único

contato ou pelo que ouvimos falar a seu respeito.  É preciso  mais,

é preciso ter conversado, convivido, conhecido algo das intenções

desse alguém,  pois  na  maioria  das  vezes  não  nos  detemos nas

intenções e sim nas ações.  Esquecemos  que  a  qualquer  instante 

uma  pessoa  pode  agir  por impulso ou movida por uma problema

que esteja impedindo-a de pensar e agir com serenidade.

A maneira como lemos uma situação indica algo da nossa natureza

mais íntima.  Natureza  que  também  nos  leva  a  desenvolver um

olhar a respeito de nós mesmos.

Quando   olhamos   unicamente   para   as   nossas    imperfeições, 

dificilmente desenvolvemos uma postura  compromissada  com  o

otimismo. Todos  temos distorções a serem corrigidas,  mas temos também virtudes que precisam ser valorizadas e aperfeiçoadas.

Olhe para o seu passado com  olhos de aprendiz,  para o  presente

com olhos de serviço e  para  o  futuro  com  olhos  de  esperança,

certo de que o  aperfeiçoamento  da forma  como  lê  as situações

poderá levá-lo a ter acesso à maior das conquistas, à conquista de

si mesmo, nas lutas incessantes de cada dia.

(Cezar Braga Said).