sábado, 29 de agosto de 2020

NÃO TRANSGRIDA A LEI DA RECIPROCIDADE.



                                                                  (Vladimir Volegov)


O perdão não te dá licença para errar.

Não pense que você pode pisar, humilhar e ofender, de forma recorrente, achando que depois é só pedir desculpas.

Não transgrida a lei da reciprocidade.

Pare de ser indiferente com quem te dá tamanha atenção.

Carinho com carinho se paga.

Não desperdice o cuidado de quem ainda te ama.

O seu gênio, a sua personalidade, o seu estresse, nada disso justifica o latrocínio que são essas atitudes.

A cada investida agressiva você rouba o afeto, sequestra a subjetividade alheia e mata porções de sentimentos belos dedicados a ti.

Não destrua o encanto.

Não jogue fora essa chance ímpar.

Muitos sonham com o que você não está dando o devido valor.

Veja bem, nem o perdão que tu recebes tem mais importância.

As pessoas cansam.

Se o problema é pessoal, não desconte em quem te ama.

Resolva isso.

Mude a postura.

Pense!


(Andrade Moraes)


sábado, 22 de agosto de 2020

RECOMEÇAR DO ZERO.

                       
Você já quis ter uma borracha especial para apagar algo que fez, que aconteceu, algo que doeu tão fundo ou teve conseqüências tão graves que você daria tudo para voltar atrás e recomeçar?

Há muitos que dariam tudo na vida para Recomeçar do zero, ter uma nova oportunidade para agir diferente, tomar outras decisões, fazer diferentes escolhas. E eu sei que muita gente já recomeçou uma nova vida, já deu uma volta importante que fez com que os caminhos mudassem de direção e isso sempre é possível.

Mas não é possível Recomeçar do zero. Recomeçar do zero não existe. Não existe fingir que não houve um passado e não estar ligado a ele de alguma forma. Não existe zerar o coração, nem as emoções, mesmo se passássemos nosso tempo voltando os ponteiros do relógio.

A verdade é que se pudéssemos Recomeçar do zero, numa amnésia existencial, cometeríamos erros novamente, choraríamos de novo... porque não traríamos conosco essa carga de experiência que carregamos hoje, que às vezes até pesa, mas é nossa e isso não podemos negar, nem renunciar.

E é melhor assim: acreditar que tudo o que fizemos valeu de alguma forma. Erramos? Sim, e daí? Aquilo que reconhecemos como erro não faremos novamente e cada vez que tropeçamos e aprendemos com isso, colocamos algo mais na nossa bagagem da vida.

Lamentar por algo que não se teve? Que perda de tempo! As lamentações pelo que não fizemos não acrescentam nada na nossa vida. Precisamos viver de coisas concretas, do que realizamos, do que tivemos, mesmo se as perdemos.

É possível Recomeçar a vida, com novas ambições, fazer do velho o novo, e com uma grande vantagem: dessa vez existirão os parâmetros de comparação, as chances serão maiores de tomar decisões acertadas. Então, acredite: tudo o que você viveu até agora valeu a pena porque é dessa vivência que você tira seu aprendizado.

Se você tem 30, 50 ou 80 anos, você pode fazer sua vida diferente ainda, você pode olhar o mundo com olhos novos.

A vida continua, mesmo se muitos desistem. E ela é muito mais rica para aqueles que abrem os braços ao futuro, dão as mãos ao passado e Recomeçam


(Letícia Thompson)



sábado, 15 de agosto de 2020

MORRE LENTAMENTE, POR MARTHA MEDEIROS.

               

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um feito muito maior que o simples fato de respirar. 
Somente a ardente paciência fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade.

(Martha Medeiros)


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

"VIVER É BOIAR, RECORDAR E NADAR."


"Não há quem não feche os olhos ao cantar a música favorita. 
Não há quem não feche os olhos ao beijar, não há quem não feche os olhos ao abraçar. 
Fechamos os olhos para garantir a memória da memória. 
É ali que a vida entra e perdura, naquela escuridão mínima, no avesso das pálpebras. Concentramo-nos para segurar a dispersão, para segurar a barca ao calor do remo. 
O rosto é uma estrutura perfeita do silêncio. Os cílios se mexem como pedais da memória. Experimenta-se uma vez mais aquilo que não era possível. 
Viver é boiar, recordar e nadar." 


— Fabrício Carpinejar