domingo, 28 de abril de 2019

TUDO PASSA...


Por mais que apanhemos, que nos escondamos para fugirmos da vida, de nós mesmos, dos machucados e rejeições, TUDO PASSA.
Depois das grandes tempestades em nossas vidas, às vezes, ao invés da bonança esperada, costumamos fechar a alma para balanço. E por mais que digamos estar disponíveis ao diálogo, bem no fundo do nosso coração colocamos uma porta. E esta porta fica tão trancada, que se nós mesmos não a abrirmos, tornar-se-á quase que intransponível. É como se nossa casa tivesse sido saqueada e o medo de que fosse arrombada de novo não nos deixasse viver sossegados.
Visitantes cadastrados até poderiam chegar ao jardim... mas passar da soleira, quem disse? E ficamos tantas vezes nos perguntando o porque de ninguém se aproximar muito de nós se pensamos, numa atitude de bloqueio à verdade, que estamos dando espaço para que todos nos visitem. Fingimos não enxergar o letreiro de “passagem proibida” ou os cadeados enormes que colocamos nos portões e nos muros que erguemos ao redor de nós, porque é duro admitir que temos medo de mais experiências depois que uma, duas, três ou mil delas não deram certo.
Mas se só as pessoas sensíveis enxergam esse bloqueio e elas são cada vez em número menor, as não tão persistentes se afastam, com medo de que soltemos os cães bravos em cima delas e as ponhamos para correr. Assim acabamos, por comodismo, ficando com as pessoas menos perigosas; com aquelas com quem sabemos que nunca chegaremos a ter envolvimento maior, até porque sua percepção não é tão aguçada para penetrar no nosso interior.
Ficamos com aquelas com quem temos menos afinidade e pouca cumplicidade, principalmente aquela que vem do fundo da alma... Porque não queremos que ninguém invada a fortaleza inexpugnável dos nossos segredos, onde guardamos as mágoas, os ódios não passados a limpo e os amores mal sucedidos. Não queremos saber de quem nos leia pensamentos e não pretendemos nos prender a nada, embora digamos sempre o contrário.
Embora saibamos que a falta das amarras num porto onde poderemos atracar quando estamos à deriva pode constituir uma bela teoria de liberdade, mas não nos gratifica, pois o ser humano não nasceu para ficar só. Nós, hoje, bem ou mal, podemos escolher nossos amores e amigos. E que possamos escolher os melhores, e não os mais cômodos. E que possamos, também, ter alguns inimigos e, entre os nossos conhecidos, pessoas incompatíveis conosco, porque são eles que nos ajudam a superar os nossos limites e nos botam para frente, nem que seja para que lhes mostremos do que e o quanto somos capazes.
Precisamos ter histórias para contar, sejam elas com finais tristes ou felizes. Precisamos passar por experiências que nem sempre são gratificantes pois uma existência passada em brancas nuvens  é uma existência sem frutos. Um dia, talvez, venhamos a entender melhor os mistérios da vida e que, para chegarmos a um determinado ponto, muitas vezes teremos que passar por vários obstáculos. Talvez entendamos que precisamos nos purificar sofrendo várias provações até conseguir nossos objetivos e receber alguma recompensa.
Algumas doutrinas religiosas e filosóficas tentam explicar porque algumas pessoas sofrem e outras são poupadas e porque alguns de nós encontram suas metades e outros passem a vida inteira a procurá-las. Mas são explicações que talvez nós leigos não consigamos facilmente entender. A única coisa que podemos arriscar é que nada acontece por acaso... ou será que acontece? 
Talvez, quando sofremos, estejamos passando por um processo de purificação que nunca será entendido ou aceito por nós enquanto estivermos vivendo a experiência. Talvez, quando procuramos alguém ou alguma coisa, estejamos nos informando; talvez quando encontramos tanta gente incompatível conosco é porque, de alguma maneira, somos ou fomos as pessoas determinadas a surgir em suas vidas, seja para suportá-las, ajudá-las ou para que, através delas, aprendamos alguma lição importante: da serenidade à perseverança, da paciência à fé.
O desespero nunca foi solução para nada pois, afinal, não há bem que nunca acabe e nem mal que sempre dure. A vida sempre seguirá dando voltas. Tomara que saibamos aproveitar as ascensões para levantar quem estiver próximo de nós e as quedas para aprendermos a ser humildes.


(Gotas de Crystal)


domingo, 21 de abril de 2019

A PAZ INTERIOR.


  1. A paz interior é esse caminho que queremos todos atravessar. É essa senda onde as culpas ficaram para trás, o sentimento de dever cumprido fica presente, o arco-íris aponta para o infinito. Buscamos todos, com vontade, força, verdadeira luta. 
  2. Somos, talvez, um pouco desajeitados nessa nossa busca. Queremos sim, com a força do nosso coração e da nossa alma, mas tropeçamos sempre nesses sentimentos humanos que nos fazem, se não iguais a todo mundo, bem parecidos.
  3. Acumulamos os restos do dia, nos esquecemos de varrer a casa da alma a cada noite para o repouso tranqüilo e reparador para o novo recomeço na manhã seguinte.
  4. Temos dificuldade em perdoar, esquecer, passar por cima e ir em frente. E a alma se inquieta, a paz tarda a chegar porque colocamos, nós mesmos, impedimentos. Achamos que dar o braço a torcer e seguir em frente seria nos curvar e somos por demais orgulhosos para isso.
  5. Optamos, então, por buscar a paz de outras maneiras. Outras maneiras... como se existissem...

  6. Não haverá paz no mundo enquanto ela não começar no coração do homem. Enquanto esse mesmo homem não começar a tirar de si as pedrinhas que incomodam a si e aos outros e não pensar na felicidade alheia como um objetivo tão importante como a felicidade própria.

  7. Não haverá paz interior enquanto o exterior estiver em guerra, enquanto não compreendermos que somos o sal da terra e que se nossa luz não brilhar todos os caminhos serão escuros.

  8. A paz interior não está no alto ou em baixo, nos mares ou nas montanhas e nem mesmo nas maravilhosas flores que tanto nos fascinam.
  9. A paz interior começa onde começa nossa compreensão de que nada somos se de nós não damos. Se não a encontramos, é porque buscamos errado. Ela não começa do lado de fora, ela começa e termina em nós.
        (Letícia Thompson).

domingo, 14 de abril de 2019

RAÍZES.




Depois de cortadas, as flores não duram muito tempo. Elas enfeitam nossa sala, quarto ou vida e por mais cuidado que tenhamos, não atingirão o ciclo normal que deveriam para em plenitude, viver e morrer.

Há pessoas por aí vivendo como flores cortadas. Elas se despregam de onde estão e saem em busca de alguma coisa para preenher sua existência. Nada errado em procurar a verdade ou algo que mate nossa sede de conhecimento. Mas estar de um lado para o outro, como um passarinho de galho em galho, é  impedir a si de criar raízes que possam sustentar e fazer com que nosso crescimento seja normal e pleno.

É importante estarmos bem onde formos plantados e cada um tem o direito de mudar de jardim se acha que onde está não convém. Cada qual deve sentir o que é melhor para si. O que não é positivo é a eterna insatisfação, é o estar aqui e lá; é o julgar que todos estão errados sempre. Por quê? Porque pessoas assim costumam olhar mais para os homens que para Deus. E daí, encontram as imperfeições, tão comuns a todos nós.

Essas pessoas jamais vão criar raízes, jamais vão crescer espiritualmente, jamais vão estar próximas o bastante de Deus, porque olham demais para os lados e não olham o suficiente para o céu. Como o ser humano é imperfeito, torto na sua maneira de viver e encarar as coisas! A riqueza do mundo consiste justamente na diversidade da raça humana e do seu aprendizado da vida através das experiências pelas quais cada pessoa passa. Se estivermos num meio onde nada mais temos a aprender (e isso não existe) não teremos mais a possibilidade de crescer.

Devemos, sim, procurar nossa identidade pessoal. Religiões existem muitas e tenho certeza que cada qual possui sua riqueza. Deus é um só, Único e Soberano. Onde A Verdade reina, nosso eu vai se reencontrar, pois por Ele fomos criados, a Ele procuramos retornar.

Viva de maneira a ser você o jardineiro do Éden onde vive! Se flores se entristecem, murcham, secam, seja você aquele que vai regar, tomar cuidado e mostrar que a beleza do meio que vivemos depende muito mais de nós do que tudo o mais que nos cerca.


(Letícia Thompson)


domingo, 7 de abril de 2019

O COMPLEXO DE VÍTIMA.


                                                                 (Mandy-Tsung)

Você já deve ter se deparado com indivíduos que se consideram vítimas perante toda e qualquer situação. Pessoas para quem a vida não dá certo. Se alguém foi traído, ela foi muito mais. Se o país está em crise, para ela a situação está muito mais difícil do que para o resto dos brasileiros. Se o amigo tem problemas familiares, com certeza, a família dela é a pior de que já se teve notícia.
Se existem problemas no trabalho, a culpa é do chefe ou de um colega que quer “se aparecer” dando ideias e criando novos projetos. Se o casamento não vai bem, certamente, é por causa da mulher que não o ajuda em nada. Se o relacionamento com os filhos não é saudável, é devido à incapacidade deles valorizarem todo o esforço que ela faz.
Na Psicologia, chamamos este fenômeno de VITIMISMO. Pessoas que vivenciam esta situação, geralmente, são dependentes emocionalmente, sentem-se incapazes de gerenciar a própria vida e não se responsabilizam pelos seus problemas. Invariavelmente, culpam o mundo pelas próprias dificuldades e descarregam sobre as pessoas mais próximas toda a responsabilidade pelo seu sofrimento.
É importante entender que o papel de vítima traz benefícios secundários. Isso quer dizer que, quando a pessoa se retira do protagonismo da sua vida, e culpabiliza os que estão a sua volta por suas dores, ela não precisa assumir a responsabilidade sobre suas dificuldades. Dessa forma, ela deixa de encarar suas fragilidades, evitando a dor que, naturalmente, faz parte deste processo. Além disso, pessoas assim sempre encontram aquelas que se desdobram para retirá-las desse sofrimento, acabam por tentar suprir tudo o que a vítima diz que precisa, mas sem sucesso.
São pessoas que se abastecem da compaixão dos outros. Portanto, mesmo que encontremos soluções práticas para ajudá-las, estas pessoas nunca estarão satisfeitas. Tornando-se satisfeitas, os benefícios secundários desaparecerão, justamente o que a vítima não deseja.
Mas, apesar dos ganhos que a vítima pode receber por se posicionar dessa forma, o sofrimento de estar nesse papel é imenso. Ela fica completamente vulnerável aos movimentos externos, pois depende inteiramente do que acontece ao seu redor. Sua energia é mínima; sente-se enfraquecida. O sentimento de tristeza e frustração é constante.
É importante dizer que as pessoas que vivem o vitimismo, geralmente, não têm consciência de que se comportam dessa maneira. 
O processo de conscientização pode ser lento e doloroso. Mas é possível. Quando identificamos o vitimismo no outro, é importante não o alimentarmos com nossa compaixão e pena. Quando percebemos isso em nós, é necessário questionar os próprios sofrimentos e verificar o quanto dessa dor é justificado. Além disso, é essencial se perguntar: “Quanto dessa dor é responsabilidade minha?”. Em alguns casos, é necessário acompanhamento psicológico.
Enquanto a vítima continuar culpabilizando o mundo pelas suas dores, dificilmente conseguirá resolver seus problemas. Viverá aprisionada e infeliz.
(Ana Paula Amaral Fernandes-www.eusemfronteiras.com.br)


FAÇA DA SUA FELICIDADE A SUA LUTA.

                                                               (Nenad Mirkovich art)

A  felicidade é um exercício diário de levantar a cabeça e seguir em frente apesar dos pesares. É não deixar que as tristezas dominem o dia, não deixar que as mágoas sejam mais fortes que as boas lembranças.
Felicidade é reconhecer-se pequeno e dizer-se: agora estou assim, mas nada me impede de abrir a janela e deixar que o sol penetre e traga luz para a minha vida. É sempre possível fazer um esforço... e geralmente são as coisas pelas quais lutamos com nosso coração que dão razão à nossa vida.
Faça da sua felicidade a sua luta. Seu riso será sua vitória!

Letícia Thompson