Passeando hoje pelo blog da minha irmã Marilene (http://umcanto-recantodaalma.blogspot.com.br/ reli um belo poema de sua autoria e não resisti à vontade de publicá-lo aqui, eis que foca uma realidade da qual estamos carentes e que precisamos resgatar para o bem da nossa própria sanidade. Embora com outro tema agendado para publicar hoje, tal poema olhou para mim e me pediu para ser mostrado aqui (rs), embora alguns amigos comuns já tiveram a oportunidade de apreciá-lo. Ei-lo:
SENSIBILIDADE
Sinto falta de uma sonora gargalhada ...
Por que ninguém mais
ri,
Despudoradamente,
Meneando a
cabeça
Movendo o
corpo
Abraçando a
vida?
Só encontro meros
sorrisos,
Na maioria
contidos,
Como se mostrar
alegria
Ainda que por
instantes
Fosse
proibido
Sinto falta de
demonstrações reais de felicidade ...
Por que elas apenas
aparecem,
Falsificadas,
Nas redes
sociais?
Só encontro faces
fechadas
Pessoas
apressadas
Como se uma pequena
pausa
Para olhar o
céu,
Sem qualquer véu para se
cobrir,
Fosse perda de um
precioso tempo
Que, certamente,
O relógio
desconhece
Sinto falta de mãos
entrelaçadas ...
Por que o toque é
dispensado,
Os braços caminham em
abandono
As mãos se ocupam de
coisas outras
Esquecendo o
afeto
Que pelas ruas não se
presencia?
Só encontro "ficantes"
desinteressados,
Oportunistas sem real
sentimento,
Para os quais até a
troca de olhares
É cansativa e
dispensável
Pois estão presos aos
modernos dispositivos
De equivocada
comunicação
Sinto falta da
verdadeira emoção,
Aquela transparente nos
mínimos gestos ...
Da cumplicidade
espontânea
Do carinho que ignora
outros olhares,
De gente que se
mostra
De gente que
sente
E não se
envergonha
Ao demonstrá-lo pelos
quatro cantos
Dos espaços por onde
passa
Sinto falta da tão
ausente
Naturalidade
...
Aquela que já guiou
nossos passos
Em outra
idade,
Do riso franco,
encantado,
Da magia dos antigos
enamorados
Que em sonhos traçavam
planos
Sem preocupação com os
anos
Ou com a
realidade,
E capazes de amar até a
saudade.
Talvez sinta falta, de
verdade,
De todas as
demonstrações
De sensibilidade
...
Por que se
foram?
Por que se
esconderam?
Com sua fuga, deixaram
em seu lugar
Apenas carências, insatisfações,
E um céu nublado,
A encobrir a luz dos
corações
Marilene
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