sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A CADA MIL LÁGRIMAS.

                                                                        (Dimitar Voinov Junior)

                      Em caso de dor ponha gelo
                           Mude o corte do cabelo
                           Mude como modelo
                           Vá ao cinema. Dê um sorriso
                           Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo
                           Se amargo foi já ter sido
                           Troque já esse vestido
                           Troque o padrão do tecido
                           Saia do sério, deixe os critérios
                           Siga todos os sentidos
                           Faça fazer sentido
                           A cada mil lágrimas sai um milagre...
                           A cada mil lágrimas sai um milagre...



A letra da belíssima canção de Itamar Assumpção e Alice Ruiz é  inspiradora. Fala-nos de como encarar as dores do mundo com inteligência, com coragem e com estilo.
Inteligência de quem vê na dor oportunidade de mudança e aprendizado.
Coragem de quem aceita mudar.
Estilo de quem sofre e ainda consegue sorrir, chorar, sem perder a linha, sem perder o passo.
A dor chega sem aviso, de cara cruel, como um monstro invencível e desproporcional ao nosso tamanho.
Chega destruindo tudo... E tudo parece o fim.
Mas não... Descobrimos que ela ensina, orienta, cuida.
É o cinzel que esculpe, que talha, que faz o bloco amorfo de mármore se transformar em estátua, em obra de arte.
A dor é o convite à mudança de hábitos, de pensamento, de rumo.
Trocar o vestido da alma é renová-la. Mudar o padrão de seus tecidos é não permanecer preso às mesmas ideias, aos mesmos vícios.
É necessário deixar a vida fazer sentido.
Uma vida sem sentido é quase como uma escuridão. Nada se vê, nem a si próprio. Nada se encontra, pois não se sabe onde está e onde se deve chegar.


E o milagre após as lágrimas é tantas coisas!...
O milagre de se encontrar, de ver a si mesmo com suas forças e fraquezas, mas sem máscaras, sem ilusões.
O milagre de perceber que se está melhor, que as feridas cicatrizam sempre, e que ali a pele se torna mais resistente.
O milagre do recomeço, de nascer de novo, de se dar nova chance.
O milagre de descobrir os amores ao redor, e quanto prezam por nós; de descobrir aqueles que nunca nos abandonam, não importa o que aconteça.
O milagre de saber que a vida procura nos levar sempre para cima, para diante, e nunca para trás, e a dor é lei de equilíbrio e renovação.
A cada mil lágrimas sai um milagre.







(Redação do Momento  Espírita, com base na letra da música Mil lágrimas, de Itamar Assumpção e Alice Ruiz e pensamentos finais extraídos do cap XXVI do livro O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, ed. Feb.)


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

HUMOR E ESPIRITUALIDADE (V).






O marido chega em casa e encontra a esposa nervosa, tensa, alterada.
Ela se vira para o marido e diz:
__ Você não vai acreditar no que aconteceu: a nova lavadeira roubou duas toalhas.
O marido, indignado, responde:
__ Mas que ladra sem-vergonha! Isso é um absurdo! Quais foram as toalhas?
__ Aquelas que trouxemos do hotel no Rio de Janeiro.


Para termos a consciência tranquila é impossível sermos pais de família, gerentes de empresas, fiéis de igrejas ou líderes sem vestir a camisa daquilo que anunciamos e em que acreditamos. Não seja como aquele general que chama sua tropa para a batalha e diz: "Preparemo-nos! Vão!"

Não há nada mais fácil do que falar; difícil mesmo é viver o que se prega. A canção pode ser linda e melodiosa, mas ela não define o caráter do cantor. Busque viver com coerência, seja autêntico. Além de se tornar referência para as pessoas que estão ao seu redor e que aprendem com seu exemplo, você ainda terá paz de espírito ao se olhar no espelho e se reconhecer como alguém que vive de acordo com seu propósito maior e por isso respeita a pessoa mais importante da sua vida: você mesmo.


(Rev. Aldo Quintão).


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

PALAVRAS PARA UMA BOA VIDA.



              "Ditosos os que sabem rir de si mesmos,
               porque nunca deixarão de se divertir.


              Ditosos os que sabem distinguir uma montanha de uma pedra,
              porque evitarão muitos inconvenientes.



              Ditosos os que sabem ouvir e calar;
              todos os dias aprenderão coisas novas.



           Ditosos os que sabem olhar seriamente para as coisas pequenas e
           tranquilamente para as coisas importantes; chegarão longe nesta vida.


              Ditosos os que estão atentos às urgências dos demais sem se sentir 
              indispensáveis; serão permanente fonte de alegria.



              Ditosos os que sabem interpretar com benevolência as atitudes  dos 
              demais, mesmo com as aparências;  serão tomados por ingênuos, 
              mas é o preço justo da caridade.



              Ditosos os que sabem apreciar um sorriso e esquecer uma 
              inconveniência; seu caminho estará cheio de sol.


                (Thomas More).

                  Imagens:  Claude Theberge.

               

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

SOLTAR AMARRAS.


                            "Não carregues nas costas
                            mais de um tipo de problema por vez.
                            Há quem carregue três:  os que teve,
                            os que tem agora e os que espera ter."
                            (Edward Everett Hale)


"Devagar se vai ao longe", diz o provérbio, sugerindo-nos que, para trilhar confortavelmente o caminho da vida, é conveniente não deixar entrar muitas pedras nos sapatos, não achar difícil ou impossível parar para nos livrarmos delas e cuidar para que o calçado seja fácil de tirar ou colocar.
É que volta e meia, na trilha de nossa existência, pedras se infiltram em nossos sapatos; sua presença é extremamente incômoda e dificulta o usufruto de uma boa vida porque elas danificam o calçado e podem até ferir nossa pele anímica. Uma vez que a pedrinha tenha se infiltrado, o razoável é parar e se livrar dela. Mas, mesmo que isto seja paradoxal, às vezes preferimos encaixá-la entre os dedos ou abrir-lhe espaço em algum lugar do sapato antes de parar e procurar apoio para retirar o calçado e removê-la, restituindo nossa desagradável inquilina ao lugar de onde veio.
Os motivos para carregar a pedra conosco podem ter a ver com a inércia, com a pressa, com a vergonha - "O que as pessoas dirão se eu parar no meio do caminho e tirar os sapatos?" - ou mesmo com a preguiça: "Ora, daqui a pouco estarei em casa e poderei me livrar dela!" Assim, a pequena tortura poderá vir a se transformar em uma invasão que nos acompanhará não se sabe até onde.
Mas, uma vez que tenhamos decidido mantê-la, a relação de amor e ódio poderá render muito. Por exemplo, a quem nos perguntar o porquê de nossas caretas ou de nosso andar estranho, poderemos responder que uma pedra muito incômoda entrou em nosso sapato há um bom tempo e está causando uma dor horrível, mas ainda não encontramos a maneira, o momento nem o lugar certo para nos livrarmos dela. Se nos questionarem por que não nos livramos dela de uma vez por todas, talvez argumentemos que no fundo não há necessidade, pois ""todo mundo passa de vez em quando pelo incômodo de ter uma pedrinha no sapato". Ou podemos, no fim das contas, acabar nos acostumando com a dor, e, veja como são as coisas, isto até nos dê certo prazer e acabemos cultivando certo carinho pela pedra.
Esta metáfora parece bem apropriada para refletir sobre aquilo que às vezes carregamos e que nos impede de caminhar leve, amável e pacificamente ao longo de nossa existência.


(Do livro A Boa Vida, de Álex Rovira).


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ELO E APEGO.

                                                           (Alex Alemany)

A palavra elo, tem um sentimento muito forte de liberdade, de prazer sem obrigação. O elo entre as coisas e as pessoas se dá no momento certo, sem forçar nada e com uma certeza de que aceitamos o outro do jeito que ele é. Há um elo muito forte até mesmo quando ficamos anos sem ver alguém. Esse elo vive, apesar do tempo, ele transcende o nosso consciente. Ele simplesmente existe. É como nosso elo com a natureza, não moramos na praia, mas ela está lá.

O apego é a falta de segurança, auto-estima e falta de fé. Quem se apega, não acredita no amor, na experiência e... no que seja bom enquanto dure... Nós, seres humanos, gostamos de vivenciar determinadas coisas enquanto esses momentos nos trazem alegria, bem estar, crescimento e felicidade. Mas temos mania de manter situações que já não nos fazem bem. 


O apego nos dá a falsa ilusão de controle, de satisfação e de amor. Uma mãe que ama seu filho de verdade, entende que ele é um ser único e separado dela, que tem vida própria e experiências a serem vividas. Toda mãe sente na pele que não pode proteger seu filho a vida inteira.

Qualquer tipo de apego traz cegueira. O apego ao dinheiro, à religião, ao carro, à casa. Qualquer tipo de apego vai contra as nossas necessidades, não enxerga a mudança, a transformação das necessidades. Quantas vezes nos apegamos a algo e depois que soltamos, o novo veio e foi muito melhor ou pelo menos importantíssimo para o nosso crescimento.

Espero que saibamos transformar todos os nossos apegos em elos. E... que a vida flua, conforme a nossa alma peça as mudanças. 
Medite para saber o que sua alma deseja e tenha coragem de deixar vir o novo. O novo pode vir até na mesma casa, no mesmo relacionamento e na mesma pessoa. O novo vem da renovação de atitudes, da mudança de pensamento e ações, que ainda não experimentamos. O novo vem de dentro...



(Simone Arrojo). 

domingo, 11 de agosto de 2013

SER TRANSPARENTE.





Às veze fico me perguntando porque é tão difícil ser transparente.
Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros. Mas ser transparente é muito mais que isso.

É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que sente.
Ser transparente é desnudar a alma, é deixar cair as máscaras, baixar as armas, destruir muros. Ser transparente é permitir que a doçura aflore, transborde. Mas, infelizmente, a maioria decide não correr esse risco.

Preferimos a dureza da razão à leveza reveladora da fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam da alma.
Preferimos nos perder numa busca por respostas a simplesmente admitir que não sabemos nada e que temos medo.

Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim: manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção. E assim, vamos nos afundando em falsas palavras, atitudes, em falsos sentimentos.

Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar: a doçura, a compreensão de que todos nós sofremos, nos sentimos sós...

Sugiro que deixemos explodir toda a doçura.
Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencíveis.

Chega de tentar controlar tanto...
Responder tanto...
Competir tanto...
Tente  simplesmente viver, sentir e amar.


(Rosana Braga).


terça-feira, 6 de agosto de 2013

ESTOU EM PAZ COM MINHA IDADE.





         Para mim, é sempre "agora".
         Sim, os números vão aumentando, com o tempo, mas sinto-me tão jovem 
         ou tão velho  quanto escolho sentir.
         Há pessoas de 20 anos que são velhas e outras, de 90, que são jovens.
         Sei que vim  a este planeta para experimentar todas as idades, e todas são boas. 
         Cada idade passa para a próxima tão facilmente quanto permito.
         Mantenho a mente saudável e feliz e meu corpo segue o exemplo.
         Estou em paz com o ponto em que me encontro no tempo e espero com
         entusiasmo todos os meus preciosos dias.
         Cada idade tem suas alegrias e experiências.
         Tenho sempre a idade perfeita para o ponto em que me encontro na vida. 


         Este é um dos pensamentos de poder para a vida, segundo Louise L. Hay.


           (Imagem: Alexander Kharlamov).



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

NÃO PENSE DUAS VEZES...


                                                                   (Krystal Campubri)


A felicidade é um susto. Chega na calada da noite, na fala do dia, no improviso das horas. Chega sem chegar, insinua mais que propõe...

Felicidade é um animal arisco. Tem que ser admirada à distância porque não aceita a jaula que preparamos para ela. Vê-la solta e livre no campo, correndo com sua velocidade tão elegante é uma sublime forme de possuí-la.

Felicidade é chuva que cai na madrugada, quando dormimos. O que vemos é a terra agradecida, pronta para fecundar o que nela está sepultado, aguardando a hora da ressurreição.

Felicidade é coisa que não tem nome. É silêncio que perpassa os dias, tornando-os mais belos e falantes.

Eu busco a frase de cada dia, o poema que me espera na esquina, o recado de Deus escrito na minha geladeira... Eu vivo assim... Sem doma, sem dona, sem porteiras, porque a felicidade é meu destino de honra, meu brasão e minha bandeira.

Eu quero a felicidade de toda hora. Não quero o rancor, não quero o alarde dos artifícios das palavras comuns, nem tampouco o amor que deseja aprisionar meu sonho em suas gaiolas tão mesquinhas.

O que quero é o olhar de Jesus refletido no olhar de quem amo. Isso sim é felicidade sem medidas. O café quente na tarde fria, a conversa tão cheia de humor, o choro vez em quando.

Felicidades pequenas... O olhar da criança que me acompanha do colo da mãe, e que depois, à distância, sorri segura, porque sabe que eu não a levarei de seu lugar preferido.

E então sorrio, como quem sabe que quando ela chega, o melhor é não dispersar as forças... E aí sou feliz por inteiro na pequena parte que me cabe.

O que hoje você tem diante dos olhos?
Merece um sorriso?
Não pense duas vezes...


                        "O sorriso é uma linha curva que faz com que
                          tudo se endireite."


(Pe. Fábio de Melo).