Lidamos mal com a dor uns dos outros.
Em nossa cultura estar alegrinho e parecer feliz é quase um
dever.
MAS ÀS VEZES A GENTE TEM QUE SE PERMITIR SOFRER
ou permitir que o outro sofra.
Não (se) permitir o prazo normal de dor é irreal. Quando é hora
de sofrer não teremos de pedir licença para sentir- e esgotar - a
dor.
A dor incomoda.
A quietude perturba.
O recolhimento intriga e incomoda os demais: "Ele deve estar
doente, deve estar mal, vai ver é depressão..." Para não se
inquietarem ou apenas porque nos amam e o nosso sofrimento os
perturba, a toda hora nos dão um empurrãozinho:
"Reaja, vamos, saia de casa, para de chorar, bote um vestido
bonito, vamos ao cinema, vamos jantar fora."
Também para isso haverá hora certa. O luto é necessário - ou a
dor ficará soterrada debaixo de futilidade, sua raiz enterrando-se
ainda mais fundo, seu fogo queimando nossas últimas
reservas de vitalidade e fechando todas as saídas.
Não vou me alegrar jantando fora quando perdi meu amor,
perdi minha saúde, perdi meu amigo, perdi meu emprego,
perdi minha ilusão... perdi algo que dói, seja o que for.
Então, por um momento, uma semana, um mês ou mais, me
deixem sofrer.
Permitam-me o luto no período sensato. Me ajudem
não interferindo demais. O telefonema, a flor, a visita, o
abraço, sim, mas, por favor, não me peçam alegria sempre e sem
trégua.
Se não formos demais doentes nem perversos, a dor por fim se
consumirá em si mesma.
Alguma coisa positiva vai nos fazer dar o primeiro passo para fora
da UTI emocional em que a perda nos colocou. Um dia espiamos
para o corredor, passamos da UTI para o quarto, finalmente
olhamos a rua e estamos de novo em movimento.
Ainda estamos vivos, ainda em processo, até morrer.
Puxa Verinha... Grande texto esse hein!
ResponderExcluirVou figar ruminando ele um bom tempo!
Vera querida, estou levando uma parte dessa linda postagem para o face.
ResponderExcluirVeio diretinho pra mim e pra que algumas pessoas possam ler.
Beijos e obrigada pelo carinho de sua visita ao rabiscos.
Oi Vera Lúcia!
ResponderExcluirA dor tem suas etapas para sua superação, não tem como fugir. Há momentos em que queremos curtir aquele sentimento até a exaustão, e para isso é preciso que respeitem este momento. Não necessariamente significa que se quer viver triste sempre, mas um momento de se encontrar, de buscar um equilíbrio, de se reorganizar. Belo texto!
Beijinhos!
Querida Vera Lúcia,
ResponderExcluirQue texto lindo! Lya Luft, com certeza, é uma grande escritora.
Parabéns pela escolha do tema, amiga.
Embora muitos não gostem de falar em luto, eu acho importante falar-se disto, uma vez que faz parte de nossa vida, conviver com esta fase da qual não podemos fugir, em algum momento da vida.
Eu concordo com a autora do texto, quando ela afirma ser necessário deixar a pessoa "curtir" aqueles momentos difíceis, em que entramos numa tristeza profunda.
Sempre costumo dizer que o tempo é o senhor da razão.Dar tempo ao tempo. Deixar
que alguém, enlutado(a) viva com ele mesmo esta fase. É claro que devemos aceitar o carinho e o amor dos outros, preocupados conosco. Porém,
viver o luto, com o tempo necessário para sair dele, é primordial para cada ser humano.
Um grande e afetuoso beijo.
Maria Paraguassu.
Tão real, tão verdadeiro este texto.
ResponderExcluirNunca devemos julgar ou criticar o tempo q o outro necessita
para se recompor. Cada um é cada um mas só o amor une e fortalece.
Beijo
Vera, boa noite!
ResponderExcluirConcordo com esta escritora, parece que somos mais acolhidos e aceitos quando alegres e felizes, mas a tristeza também faz parte da nossa condição de humano, e existem momentos em que ficar recolhido(a) é o que mais desejamos, o carinho, o amor, a atenção das pessoas é fundamental para sairmos de um momento ou uma situação difícil. Um abraço, tudo de bom!
Olá, Vera. Como é profundo e real esse texto de Liya Luft! O nosso sentimento mais profundo expresso em palavras. Me sinto tocada na emoção! È muito dificil sair da uti, más no tempo necessário saimos. Bjos!!
ResponderExcluirEla foi perfeita em suas colocações. A tristeza tem que ser esgotada, para que se possa recomeçar. É um direito de quem sofre e exige respeito. O companheirismo, a atenção, o afago são importantes. A censura e o empurrão, quando o outro nem se consegue manter em pé, são inúteis e impiedosos.
ResponderExcluirBjs.
A dor,é mais do que uma resposta resultante da integração física,a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão real ou potencial com origem multiplica.(Perdas várias,desgostos profundos)A dor tem um papel essencial na nossa sociedade e é impossível não reparar nela.
ResponderExcluirAssumir e compreender a dor e seus efeitos,engrandece-nos e fortalece o nosso corpo e espírito.
Cada um faz a sua própria leitura do estado doloroso do seu "Eu" e da dor de quem o rodeia,normalmente poucos colaboram e se mobilizam na ajuda à dor alheia.
Adorei o tema e o texto.
Um beijinho
A dor me tem cansado tanto..tem sido uma batalha árdua ,,mas eu chego lá..bjs minha mais que querida amiga...bj
ResponderExcluirMuitas vezes nem entendemos ao certo a dor dos outros,,,a alegria é algo passageiro,,,rápido,,,a felicidade é mais plena,,,mais consistente,,,beijos de bom dia pra ti.
ResponderExcluirUma reflexão maravilhosa! Grande Lya!
ResponderExcluirParabéns pela escolha Vera, beijos.
oi Verinha,
ResponderExcluirtexto para ler e reler,
pensar e repensar muitas vezes,
a dor é um momento que deve ser respeitado,
e cada um de nós tem uma tolerância,
e um tempo para sair dela...
beijinhos
Olá bom dia!!!!
ResponderExcluirPara esse Blog que adoro.
A imagem é tão linda como o texto
Valeu a pena ler adorei mesmo bjuss
"Eu sou aquela mulher
que fez a escalada da
montanha da vida,
removendo pedras e
plantando flores."
= Cora Coralina =
Todo mundo ica triste e quer conversar e desbafar, mas ninguém tem paciencia com a tristeza do outro.
ResponderExcluirBom dia minha amiga !!
ResponderExcluirQue linda reflexão,meus parabéns.
Tenha um lindo final de semana.
Grande abraço.
http://sentimentosdoindio.blogspot.com.br/
Il dolore fa parte di noi, e va rispettato!! buona giornata...ciao
ResponderExcluirVerinha, suas palavras chegam na hora certa. Uma grande amiga está passando pela dor de ter seu filho pequeno numa UTI. Estamos tentando fazê-la descansar e não se culpar tanto, mas é difícil. Melhor deixá-la sentir e esperar passar, né?
ResponderExcluirUm beijão!
Boa tarde Vera :)
ResponderExcluirLinda reflexão...
O tema 'luto',é sempre delicado,mas Lya Luft,escreveu brilhantemente...
Cada pessoa precisa 'gastar' sua dor,pra depois partir pro recomeço.
Bjs!
Oi, Vera! Gosto muito dos textos da Lya. Ninguém gosta de ver alguém querido sofrer, é fato. Mas tem razão, precisamos também de empatia, de alguém que se coloque no nosso lugar e entenda nosso sofrimento como parte de um processo humano e necessário, e precisamos aprender a exercitar isso com o outro também. É das dores que nascemos renovados. Um abraço!
ResponderExcluirVc tem toda razão Vera, qdo minha mãe faleceu fiquei um ano sem saber se era dia ou se era noite, em depressão profunda devido a uma série de acontecimentos que envolveram a morte dela, porém no início todos se compadeciam da minha depressão no entanto com o tempo percebi que eu estava cansando as pessoas com a minha dor "Excessiva"! A dor incomoda, desgasta, cansa, no meu caso dei o primeiro passo p fora da UTI praticamente sózinha, por mim mesma! Mas por incrível que pareça na minha opinião até a felicidade incomoda! rsrs Lindo Texto! bjooosss
ResponderExcluirOlá querida Vera Lúcia,
ResponderExcluirSem dúvida, que essas refelexões ajudarão quem as lê e quem delas necessite, porque todos nós já sentimos dor, em algum momento de nossas vidas.
Sabe, eu acho que cada um de nós sente a dor à sua maneira.
Por vezes, com algumas pessoas, as palavras funcionam muito bem, dão ânimo e a vida "sai" à rua.
Outras vezes, só palavras não bastam. É necessário recorrer a terapias.
Imagine, a morte de um filho(a)! Será que se sai da UTI e se vai para a rua, assim de rosto aberto?
Bem sei, até por experiência familiar, que os Psicólogos têm, por vezes, mais problemas, que os próprios pacientes, no entanto, ajudam.
Incentivar, animar é fundamental, mas há casos e casos.
Beijos de luz.
LUZ,
ExcluirSomente hoje li seu email. Procurei-o porque a Marilene me deu um toque.
Já o respondi. Desculpe-me a demora, mas há vários dias que não checo
os email's. Tenho retribuído os comentários diretamente pelo blog.
Beijo.
Oi Verinha..tudo bem?
ResponderExcluirAcho que temos que respeitar o momentos das pessoas.
Todos temos necessidade do silencio... e de ficar triste.
Um beijo..
Nossa Verinha hoje vc disse tudo,parece que nossa dor nosso silencio incomoda mesmo,tudo isso é verdade,tudo tem a hora certa e como a borboleta que se forçar a nascer estragamos tudo.
ResponderExcluirAmei amiga!
Bjs
Bela reflexão!! Nofaz refletir...refletir e refletir!! Parabéns
ResponderExcluirjorge-menteaberta.blogspot.com.br
Saber extrair da dor os pontos que nos faz continuar.Saber entender do outro a dor é ser acima de tudo humano e sensivel da fraqueza de todos nós.Texto pleno de reflexões como a certeza do luto aqui bem descrita.Um texto bem completo amiga na sua otima escolha.
ResponderExcluirCarinhoso abraço de paz e luz e bom fim de semana a voce.
Linda reflexão
ResponderExcluirDói muito a dor do outro. Mas a dimensão dessa dor só o outro é quem sabe e só o tempo para dirimir ou apagar.
Vera
Lindo texto de Lia Luft
Beijos.
Minha doce e querida Vera, essa é uma reflexão daquelas para se ler, depois parar e, meditando, pensar. Um beijo nesse seu inspirado coração.
ResponderExcluirBom dia,Vera!!!
ResponderExcluirQue bela escolha,amiga!!!!!A dor, as tristezas também ensinam, e só aprenderemos se nos deixarmos passar por elas.Claro,também conseguimos aprender com o conhecimento.Mas existem momentos em que é inevitável sofrer.Só não vale se achar vítima, injustiçada e ficar se lamentando indefinidamente...assim não aprendemos.
Beijos minha querida!!!
Bom final de semana!
*Tenho aprendido que muitos universitários, continuam a agir como se estivessem no ensino fundamental!Reclamando, rindo, não prestando atenção...minha nossa fiquei espantada!!!!!Devo ser muito ingênua!Mas esperava outro comportamento...Mas, vivendo e aprendendo.
Fica uma pergunta insistente...Que tipo de profissionais teremos nos próximos anos????
Uma ótima sexta feira pra ti minha amiga querida e um belíssimo final de semana, repleto de flores e poesias...beijos e beijos.
ResponderExcluirOi Vera,Bom dia amiga.
ResponderExcluirObrigado pela visita e comentário no meu blog.
É verdade,na maioria das vezes o arqueiro lança a flecha sem pensar,no calor da emoção e pode até curar a ferida,mais vai deixar a cicatriz no coração.
Mais acredito sempre no perdão,por mais que seja difícil e que tenha me ferido tanto,perdoar é sempre o melhor caminho.
Volte sempre que quiser,gosto muito dos seus comentários.
Um ótimo final de semana.
Grande Abraço
http://sentimentosdoindio.blogspot.com.br/
Obrigada, Carlos!
ExcluirÉ um prazer interagir com você.
Desejo-lhe muito sucesso com o seu blog.
Abraço.
é vera, as vezes não sabemos como lidar com nossas dores e muito menos saberemos compreender a dor do outro. na caminhada da compressão prossigo, abraços lamarque
ResponderExcluirÉ Vera, tudo tem seu tempo...mas se não passar e a depressão ficar por muito tempo, o melhor é procurar um profissional!!!
ResponderExcluirBeijinhos Iluminados!!
Tenha um Belo Fim de Semana!!!
VAMOS BEIJAR! RSSS
ResponderExcluirum ótimo fds Vera...
Oi minha linda, tudo bem?
ResponderExcluirBelo post, como sempre! Eu mantenho os livros de Lya Luft sempre por perto.
Bjo grande e eutimia
Lidar coma dor é dificil náo fomos educados para conviver com a morte em nossa cultura isso deveria ser tema de educaçáo pois nascemos para um dia morrer...
ResponderExcluirBeijo Lisette.
Eu penso exatamente assim, precisamos de tempo para degustar a dor, mastigar as lágrimas, ruminar o choro.
ResponderExcluirLinda postagem querida, a gente tem que respeitar não somente o nosso tempo de luto emocional, mas o tempo dos outros também.
Beijokas doces e um fim de semana maravilhoso.
Oi Vera,
ResponderExcluira dor do outro nos amedronta... dá medo de sofrer igual.
Abração
Jan